Na terça-feira, 13 de agosto, uma reunião crucial mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) resultou na conclusão da greve que havia paralisado o transporte coletivo. O acordo alcançado pôs fim aos protestos e restabeleceu a operação normal dos coletivos a partir da 0h desta quarta-feira, 14 de agosto.
O Desfecho da Greve: Propostas e Acordos
A Urbana-PE, entidade patronal, anunciou que os ônibus voltariam a circular normalmente, após uma proposta de acordo ser aceita e encaminhada para aprovação nas assembleias dos rodoviários. A reunião decisiva teve início às 22h de terça-feira, e a expectativa é que o Sindicato dos Rodoviários divulgue os resultados das discussões em breve.
Principais Pontos do Acordo
A proposta final aceita pela Urbana-PE incluiu as seguintes condições, estabelecidas em julho:
Reajuste Salarial: Aumento de 0,5% acima da inflação (totalizando 4,2%), elevando o piso salarial de R$ 3.061 para R$ 3.189,80.
Auxílio-Alimentação: Elevação do valor de R$ 366 para R$ 400.
Abono Salarial: Concessão de um abono de R$ 180 para trabalhadores que desempenham a dupla função de motorista e cobrador.
Controle de Jornada: Manutenção do controle de jornada por meio de GPS.
No entanto, a demanda crucial dos rodoviários por um plano de saúde não foi atendida. Segundo a Urbana-PE, o tema "não será negociado no momento", o que deixou alguns trabalhadores insatisfeitos com a conclusão das negociações.
Reações e Impactos da Paralisação
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima, expressou otimismo após a reunião. "Conseguimos alcançar nossos objetivos de melhorar alguns pontos. Eu acredito que a categoria vai aceitar a proposta. A categoria é soberana nas decisões e nós vamos levar para que os trabalhadores possam aprovar ou não", afirmou Lima, ressaltando a importância da votação pelos trabalhadores.
A paralisação afetou cerca de 1,5 milhão de passageiros, gerando uma série de transtornos significativos, incluindo filas enormes, movimentação intensa em terminais, atrasos nas viagens e até atos de vandalismo. A população enfrentou dificuldades diárias enquanto a greve perdurava por dois dias.
Posição da Urbana-PE e Reflexão Sobre o Conflito
A Urbana-PE afirmou que sempre buscou um entendimento com as lideranças dos rodoviários. Em um comunicado, a entidade destacou que as condições acordadas já haviam sido apresentadas anteriormente e que as paralisações e transtornos foram, segundo a entidade, desnecessários.
“A Urbana-PE reitera que sempre buscou o entendimento com as lideranças rodoviárias, que as condições acordadas já haviam sido apresentadas durante a negociação e que as paralisações e os transtornos causados à população mostraram-se desnecessários”, afirmou a Urbana-PE.
Conclusão: Um Futuro de Cooperação?
Com a greve encerrada e a retomada das atividades normais, resta observar como os rodoviários responderão à proposta final e como a relação entre a classe patronal e os trabalhadores evoluirá no futuro. A gestão de conflitos e a negociação contínua serão essenciais para evitar novas paralisações e garantir uma operação de transporte mais eficiente e harmoniosa para a população.