O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou que o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e a Corregedoria da Polícia investiguem supostas práticas de violência psicológica e física durante o cumprimento de mandados de prisão contra membros de torcidas organizadas. A decisão foi assinada pela juíza Roberta Vasconcelos Franco Rafael Nogueira, da 2ª Vara do Tribunal do Júri Capital, após relatos de abuso cometidos por policiais durante a Operação Contra Pista.
Segundo a magistrada, "quase a totalidade dos investigados" alegou ter sofrido excesso no cumprimento dos mandados.
Operação prendeu 21 suspeitos de envolvimento em conflitos entre torcidas
A Operação Contra Pista ocorreu na última quinta-feira (27/2) e resultou na prisão de 21 pessoas, incluindo três menores de idade, por suspeita de participação nos conflitos entre torcidas organizadas antes do Clássico das Multidões, entre Sport e Santa Cruz, no dia 1º de fevereiro.
Os mandados de prisão foram expedidos pelos Juízos da 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca do Recife e da 3ª Vara da Infância e Juventude da Capital.
Denúncias de agressões durante as prisões
Quatro dos presos alegaram ter sofrido agressões por parte dos policiais.
Relatos das vítimas:
Os quatro detidos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito.
Lista dos presos na operação
Integrantes da Torcida Jovem do Leão:
Integrantes da Explosão Inferno Coral:
Três menores de idade também foram apreendidos e encaminhados para a Unidade de Atendimento Inicial (Uniai), da Funase, no Recife.
Posicionamento da Secretaria de Defesa Social
O Diário de Pernambuco entrou em contato com a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) para obter um posicionamento sobre as denúncias de violência policial. Até o momento, não houve resposta oficial por parte do órgão.
Desdobramentos da investigação
Diante das denúncias, o TJPE exigiu que MPPE e Corregedoria da Polícia apurem as acusações e garantam que os direitos dos presos sejam respeitados. Caso as agressões sejam comprovadas, os responsáveis poderão responder por abuso de autoridade e outras penalidades previstas na legislação brasileira.
A investigação agora deve analisar imagens de câmeras de segurança e depoimentos dos envolvidos para esclarecer os fatos e, se necessário, responsabilizar os agentes que cometeram excessos.