Na manhã desta terça-feira (15), Pernambuco amanheceu sob o impacto de uma das maiores ações de combate ao crime organizado já realizadas no estado. A Operação Kéfale, coordenada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Pernambuco (FICCO/PE), tem como objetivo a desarticulação de uma organização criminosa interestadual envolvida em tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e homicídios.
Epicentro no Litoral Sul de Pernambuco
O foco principal da atuação do grupo era a região de Porto de Galinhas, um dos destinos turísticos mais conhecidos do litoral sul pernambucano. A quadrilha mantinha ainda ramificações operacionais no Recife e em municípios da Região Metropolitana, consolidando uma rede de distribuição altamente estruturada, abastecida por rotas internacionais de entorpecentes.
Ação simultânea em onze estados
A grandiosidade da operação reflete-se em seus números: foram expedidos 60 mandados de prisão preventiva e 49 de busca e apreensão, com ações simultâneas em 11 estados brasileiros. Além de Pernambuco, os mandados foram cumpridos na Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe, Piauí, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Tocantins e Rondônia.
As ordens judiciais foram autorizadas pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Ipojuca/PE, que também determinou medidas assecuratórias contra os bens e patrimônios do grupo criminoso, visando impedir o uso de recursos oriundos de atividades ilícitas.
Estrutura organizada e uso de violência
A investigação, conduzida pela FICCO/PE, revelou que a facção possuía estrutura de comando hierárquica definida, agindo de maneira coordenada e violenta para manter o controle sobre territórios e rotas de tráfico. O uso de armas de fogo para intimidar rivais e fortalecer sua influência nas comunidades era uma constante.
Segundo os investigadores, a organização utilizava métodos sofisticados para lavar o dinheiro obtido com a venda de drogas, inserindo os recursos ilícitos em empreendimentos aparentemente legais e dissimulando a origem dos valores.
Mais de 400 agentes mobilizados
A Operação Kéfale contou com o apoio de mais de 400 agentes de segurança pública, envolvendo diversas instituições que compõem a FICCO/PE, como:
Essa ação integrada reforça o esforço conjunto dos órgãos de segurança em combater organizações criminosas de grande porte, que atuam de forma interestadual e transnacional.
Avanço no enfrentamento ao crime organizado
Com a deflagração da Operação Kéfale, o estado de Pernambuco avança significativamente no enfrentamento ao tráfico de drogas e à criminalidade violenta, especialmente em regiões com alta densidade urbana e fluxo turístico, como Porto de Galinhas.
A operação ainda está em andamento e os detalhes sobre as prisões, apreensões de bens e drogas, bem como as próximas etapas das investigações, deverão ser divulgados ao longo dos próximos dias pelas autoridades envolvidas.
A escolha do nome “Kéfale”, que vem do grego e significa “cabeça”, remete à intenção de atingir diretamente o comando da organização criminosa, enfraquecendo a base da cadeia de operações que vinha se expandindo por vários estados brasileiros.